quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Francisco Mayer Garção: Era considerado «o príncipe do jornalismo». A República estava na sua fase mais bela, renascia do sacrifício que tingiu de sangue o velho Porto, burguês e capitalista

Mayer Garção
(1872-1930)
 Conferência realizada no Quartel de Marinheiros em 11 de Dezembro de 1915
Cortesia de arepublicano

«Francisco Mayer Garção pertenceu à geração que sucedeu ao 31 de Janeiro. Era considerado «o príncipe do jornalismo». A República estava na sua fase mais bela, renascia do sacrifício que tingiu de sangue o velho Porto, burguês e capitalista.
Francisco Mayer Garção surgiu, por volta de 1899, com Fernando Reis, numa publicação de crítica intitulada «Os Vermelhos». Tinha apenas 19 anos e já se revelava brilhante.
O seu lançamento como jornalista foi quando escreveu «A Queimar Cartuchos», uma polémica com Silva Pinto, o segundo maior sarcasmo das letras. Mayer Garção, ainda estudante, ataca-o audaciosamente e com tanta bravura, que o escritor da «Alma Humana», em vez de o derrubar, abriu-lhe os braços com ternura e apadrinha a sua carreira jornalística.

Em 1896 funda a revista «Inferno» com Antero de Figueiredo, José Sarmento, Domingos de Guimarães, entre outros. Três jornais fixaram a sua personalidade:
  • O «Mundo»;
  • A «Capital»;
  • A «Manhã».
O jornalista está no auge da propaganda republicana. Em 5 de Outubro de 1910 vive a hora da sua vida, «aquela em que viu desfraldar pela primeira vez a bandeira verde-rubra». Estala a primeira guerra europeia. Mayer Garção, na «Capital» torna-se um dos padrinhos da intervenção. Como a «Manhã» atravessa períodos difíceis, é-lhe oferecida a direcção de outro jornal. Porém, prefere continuar independente e rebelde, recusando assim a proposta.
Morre aos 58 anos de idade devido a um acidente de viação». In Artur Portela.

http://arepublicano.blogspot.com/2009_04_01_archive.html

Cortesia de Almanaque Republicano/JDACT